12 de fevereiro de 2009

Rednecks, Red Socks, Red Bull

Quem quiser ler um texto-viagem-na-maionese sobre o vermelho, clique aqui
Me diverti lendo.

10 de fevereiro de 2009

Revolutionary Road

Fui assistir o filme Revolutionary Road, de Sam Mendes, com o consagrado casal do cinema Leo di Caprio e Kate Winslet (ela continua parecendo mais velha que ele, mesmo assim, eles têm boa química). O filme é triste, angustiante, bonito. Por vezes parado, por vezes esquisito, e em outras horas, faz refletir. Me lembrei da adolescência, da vontade de viver de sonhos idealistas, de nunca me conformar com a realidade nua e crua. Da certeza cega e obstinada de ter nascido para viver uma vida melhor que o average, de me achar especial. De certa forma, todos têm uma fase em que pensam que são especiais. Quanto a mim, cresci e vejo o mundo de uma forma mais realista. Não me acho mais especial, por obra do destino. Mas posso me gabar de por muitas vezes ter trocado o certo pelo incerto, arriscar sem medo de ver no que ia dar. E sei que a vida depende muito do destino, mas também do empurrãozinho que você dá nele.
Sam Mendes, o diretor, é também o marido de Kate Winslet. Casal cool, no mínimo. Ela faz filmes ótimos, ele dirige filmes que me tocam. Revolutionary Road (Foi Apenas Um Sonho), Jarhead (Soldado Anônimo), Road to Perdition (Estrada para Perdição), American Beauty (Beleza americana). Destes, o filme que mais amei foi o Beleza Americana, e o que menos gostei foi Soldado Anônimo. E o que eu mais passei vexame no cinema (chorei um balde, sendo que ninguém mais chorou nesse filme, que eu saiba) foi Estrada para Perdição.

Por ser adaptação de um livro, muitas falas de Revolutionary Road são notadamente literárias, e agora quero ler o livro:

a passage

“Então me ocorreu que, apesar de sermos companheiras de viagem maravilhosas, no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. À distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbita desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estamos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada”.
Minha querida Sputnik, Haruki Murakami, p. 132.

Pois estou relendo o meu livro favorito dele... As passagens que me marcaram antes não são as mesmas que eu mais gosto agora. Como ouvi dizer, a cada vez que você lê um livro, dependendo da época da vida, a percepção é totalmente diferente.

9 de fevereiro de 2009

Quote

"Ninguém tem ciúmes do sol. Temos ciúmes da chuva porque só a chuva toca verdadeiramente a pele da mulher que amamos. Corrijo: da mulher que amamos e de todas as mulheres que poderemos amar um dia..."

Do colunista da Folha João Pereira Coutinho.
Para ler mais (e vale a pena), clique aqui

Praga

Sentindo um ódio mortal do sistema de transporte público neste momento.
O trajeto muda a todo momento, e pouco se avisa aos otários passageiros, que ficam 40 minutos esperando no ponto o ônibus que nunca virá. Eu era uma dessas otárias. Legal.

3 de fevereiro de 2009

Transporte público

Na minha opinião, há algo de muito contraditório no debate em torno do transporte público em grandes cidades. Há todo um discurso contra o uso de automóveis particulares, motoristas quase sempre sozinhos em seus carros com 4 ou 5 lugares sobrando. Como se a culpa de todo o trânsito fosse desses indivíduos que só pensam no seu próprio umbigo. Muitos especialistas (e muitos palpiteiros) defendem o uso do transporte público pois o trânsito fluirá melhor se houver menos carros com 1 pessoa nas ruas e mais ônibus com 45, 60 pessoas dentro. Porém, atire a primeira pedra quem prefere andar de ônibus a andar de carro. E quem em sã consciência possuidor de um carro vai andar de ônibus? Eu não conheço ninguém... Ou seja, é muito bonito ficar com esse discurso, mas a matemática não funciona. Funciona no caso do metrô, pois todos vêem a eficiência deste meio de transporte, mas no caso do ônibus não compensa. No caso do ônibus tudo é ruim: a espera no ponto, a lotação, a luta para dar os passos entre a porta de entrada e a porta de saída quando o ônibus está lotado, as pisadas no pé, as bundadas, as freadas bruscas, e por aí vai. E nesse caso, optar por usar o carro não é uma opção totalmente egoísta. É também a opção mais interessante para manter a saúde mental. É ruim ficar no trânsito dentro de um carro, mas é mil vezes pior ficar no trânsito em pé, esmagada dentro de um ônibus.

Agora vou falar de um caso específico. Hoje eu tomei um ônibus para vir ao trabalho, e juro que aquele ônibus me deixou de bom humor. Ele veio vazio, pois passou logo depois de outro da mesma linha, e ele era novo e limpo. As cores do assento e dos balaústres ainda estavam vivas, e os vidros estavam transparentes. Dentro do ônibus haviam umas 5 pessoas, contando com o motorista e o cobrador. Ele veio rápido, pois não tinha trânsito, apesar do horário (8:00 da manhã). Não tinha pontos para parar, pois não haviam muitos passageiros para descer, nem muitos passageiros para pegar no caminho. Vim ouvindo música e lendo um livro. Viagem relaxante rumo a um dia de trabalho, quase um passeio. Nesse caso o discurso do transporte público perde todo o sentido, pois não compensa para ninguém rodar um ônibus pela cidade com 5 pessoas dentro. Porém, o contraditório é que eu amei a viagem justamente por isso.

Agora, talvez um meio termo seja a melhor solução. Se colocassem mais ônibus nas ruas e mais corredores exclusivos para eles em toda a cidade, as viagens de ônibus possam um dia se tornarem agradáveis como foi a dessa manhã. Por enquanto, andar de ônibus é um completo tormento na minha vida.

2 de fevereiro de 2009

Marmota

E hoje é o dia da Marmota (Groundhog Day)! É também o niver do Buggy, o cachorro da minha tia, o cachorro mais mimado que já conheci.
Será que passa na TV aquele filme Groundhog Day? Eu assistiria novamente, feliz.

Bike ou ônibus?

Estou pensando seriamente em adotar o uso de bicicleta para chegar ao trabalho. Os pontos positivos seriam dois: a) faria exercício físico todos os dias e de graça, b) não teria que pegar ônibus=qualidade de vida aumentando consideravelmente. Os pontos negativos também seriam dois: a) exercício físico gera suor, b) eu tenho medo de certas avenidas muito movimentadas.
A sorte é que a minha casa fica a 10 quilômetros do meu local de trabalho, e grande parte do trajeto pode ser feito por ruas locais do Planalto Paulista, Moema e Brooklin, todos bairros de classe média alta, residenciais, arborizados relativamente planos.
Um outro problema também seria as fortes chuvas de verão, que estão ocorrendo nestas últimas semanas. A chuva em si não atrapalha muito, mas os raios, trovões, e ventos me assustam.
Outro porém é que eu tenho uma bicicleta pouco usada e abandonada há vários anos, portanto ainda precisa de uma bela revisão antes de poder ser utilizada. Se eu criar coragem, farei um teste do trajeto durante um final de semana e verei o quão viável isso pode ser.

Cachoeira

Neste fim de semana enfim realizei uma experiência incrível e inédita, para mim. Tomei um banho de cachoeira. Eu me envergonhava pelo fato de ter 25 anos e nunca ter entrado numa cachoeira antes. Leia-se entrado, e não estado. Eu já tinha estado próxima de várias cachoeiras, mas em todas as vezes por algum motivo não valia a pena entrar. O frio, os pernilongos, o tempo curto. Porém, não mais! Estreei logo numa cacheira imensa, a Cachoeira Grande, em São Luís do Paraitinga, na entrada para Lagoinha. Tinha como praticar rapel e tirolesa, mas eu só fiquei no convencional. Amei. Nada realmente se compara a um banho de cachoeira. E nesta imensa cachoeira precisa-se de uma certa coragem para chegar perto da queda d'água pois os espirros da queda jorravam água por mais de dez metros de distância, sendo impossível enxergar para onde se ia. Um óculos de natação seria muito últil naquele momento. Fiquei com receio de voltar sem lentes de contado, mas continuei em frente. Encontrei um lugar ali onde pude me alojar, embaixo de uma queda menos violenta que a principal. A água cai pesada e incessante fazendo massagem nas costas e braços. A sensação é a melhor de todas, um natural high. Todas as dores cervicais vão embora, junto com a energia negativa que possa estar acumulada, trazida de São Paulo.
Depois do banho, conversa com amigos, um açaí, uma cerveja, música tocando e felicidade no ar.