27 de dezembro de 2007

Para Meire

E o natal na sua casa foi quase igual ao dos anos anteriores. As tias fizeram escondidinho de bacalhau e a cada refeição alguém fazia o trocadilho do escondidinho escondido na geladeira e todas repetiam como um eco atrasado. As piadas de família de sempre. Tibi escapando do quintal, Buggy correndo atrás dele, e seu pai correndo atrás dos dois, separando um do outro. Sua mãe querendo que a gente comesse mais, mesmo depois de comer tudo o que podíamos. Todos tentando se exercitar no step que você trouxe. O bolo de mousse da dona Eva. Massa de chocolate preto, mousse de chocolate branco. O fiesta da Tia Shica, o pernil da minha mãe, a picanha e a farofa da sua mãe. Os meus biscoitos gingerbread, que as crianças adoraram e o Renato só lambeu o açúcar. O Nanão com suas piadas pesadas, ensinando besteira pro Rafael na mesa de jantar, que mais ria do que comia. O Guilherme com mau-humor como sempre, e ainda não fala o “r”. O Renatinho cada dia mais meiguinho, naquela idade fofinha de dois anos. O Rafa correndo atrás dos dois, cuidando dos dois, super bonzinho. O Daniel também está uma figura, grudou no Tio Hiroshi e parece um mini-tio-hiroshi. O Rafa e o Dani inclusive já sabem jogar poker, e eu não. A Sarah quietinha e mais crescida, com cabelo repicado e bonito. A Alinezinha que sorria para todo mundo e até dormiu, por horas, no colo do Tio Mitim, que já está com o cabelo das sombrancelhas brancos, e que a Cinthia encheu o saco dele, falando que estava parecendo o papai Noel.
Desta vez não demorou muito para dar meia-noite, hora de abrir os presentes e colocar o boneco co menino Jesus de volta no presépio ( que esqueceram e foram colocar só no fim da noite). Minha mãe deu umas sandálias para todas as tias, e depois elas começaram a negociar uma a sandália da outra, o negócio virou uma feira do rolo. Eu dei livros para os meninos da Kemi, pois o Rafa gosta de ler, e os dois pequenos, que ainda não lêem, imitam o irmão mais velho. Mas é claro que na hora eles se empolgaram muito mais com carrinhos de polícia e um tal ovo de dinossauro.
De diferente mesmo, só as duas nenezinhas da família. E o japonês do Japão que a Tia Megui trouxe. A Gabi ficou só um pouco, e o Makoto não para de babar nela, tem que ver que engraçado. Viu a Aline e babou nela também. A Marília e ele estão super bem como novos pais. Ah, e o japa é um que você já deve ter ouvido falar. Está fazendo curso de barista no Senac, e morando com a Tia Megui. Para falar com ele é uma torre de Babel, mas foi assim que eu descobri que geografia em japonês é chirigaku [tchi-ri-ga-ku] e que ele curte um Haruki Murakami (yay!). Ele ficou lá bebendo uísque com os velhos, um dos uísques que o seu irmão comprou para o casamento dele, um Black Label, eu acho, que até eu curti. Engraçado que todos os velhos ficaram falando em japonês para ele entender, mas eu achei um pouco forçado, a entonação e tal. E ele era tão sussa que na hora de ir embora ele saía na calçada e ficava dando tchau atrás do seu pai e da sua mãe, hahaha.
E foi mais ou menos assim o natal por aqui. E se você estivesse aqui teriam mais histórias para contar depois. E teria uma roda maior de primos, como antes. Já que agora não são mais tantos primos para que se forme uma roda decente. E uma pequena má notícia: não tirei foto nenhuma, pois a minha câmera está ruim, e não quer tirar foto desde o dia do meu aniversário. Mas acho que eu descrevi situações o bastante para você imaginar as cenas. E as fotos você cobra depois de quem as tirou (Sarah, Tia Há, Tia Megui, e o Makoto fez vídeos).

3 Comments:

At 12:55 AM, Anonymous Anônimo said...

Nossa, Lá... obrigada pelo post...um presente de natal e tanto!Suas palavras foram muito significativas pra mim!
Desde a adolescência criticava com muita raiva e indignação o Natal, como sendo uma data meramente capitalista, sem valor, sem sentido!
Nesse momento, onde agora encontro-me perdida nesta ilha (que continuo idolatrando sim, mesmo eu sendo uma pea desgraçada trabalhando pra esses capitalistas desgraçados, ganhando minha capitalista [grana] desgraçada e fazendo parte desse sistema desgraçado) nunca pensei que um dia esta data pudesse comover-me tanto!O dia 25 dezembro tinha tudo para ser um dia normal de serviço, menos um dia da minha vida, quando me dei conta de que era Natal! Era Natal e eu queria passar esse dia em casa, com minha mãe, meu pai, meu irmão, meus tios e tias, primos e primas, meus cachorros, meu amor e rindo e falando até ficar com dor de garganta e comendo muita farofa com pavê e pernil com shoyu e limão!De repente bateu aquela tristeza, o coração esquisito, retorcido, esmagado por uma saudade doentia, por uma necessidade louca de estar com minha mãezinha e meu paizinho, dando beijinhos nos meus cachorrinhos. Nossa,senti que nem toda lágrima que pudesse produzir seria suficiente para sanar minha saudade!Como chorei!Como queria celebrar o Natal!Foi ai que percebi qual o verdadeiro sentido do Natal(pra mim, pelo menos),que mesmo sendo essa data meramente capitalista, ela de alguma forma transformou-se num portal mágico onde posso tornar-me criança de novo, de estar feliz com minha família,só rindo, rindo, comendo, rindo, comendo, onde problemas e preocupações não existem, onde coisas legais acontecem tempo todo, onde o mundo é feito de comida e risada!
Ahh...obrigada pelo post,mais uma vez.. deu pra dar uma entradinha no meu portalzinho e sentir um pouquinho dessas coisas boas...
ahhh que saudades de vcs! Obrigada pelo cartão também!Só vc pra não se esquecer de mim!
"green kisses"pra vc, bons e velhos "green kisses"!!!

 
At 12:08 AM, Blogger euvoltologo said...

eu não tive paciência de ler tudo... como sabe, não gosto de longos posts em blogs. mas acho que já li algo parecido ano passado... o natal da sua familía sempre tem esse cachorro. hhaha

 
At 11:27 AM, Blogger Fernanda Tsuji said...

e o escondidinho estava salgado mas muito bom, Meire! Não , eu não estava no natal na sua casa, mas fui no dia seguinte! hahaha

beijos pra vcs duas!

 

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