10 de fevereiro de 2009

a passage

“Então me ocorreu que, apesar de sermos companheiras de viagem maravilhosas, no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. À distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbita desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estamos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada”.
Minha querida Sputnik, Haruki Murakami, p. 132.

Pois estou relendo o meu livro favorito dele... As passagens que me marcaram antes não são as mesmas que eu mais gosto agora. Como ouvi dizer, a cada vez que você lê um livro, dependendo da época da vida, a percepção é totalmente diferente.