A gosto de...
Esse tempo estranho e errado que chove sem parar em agosto, e esses 30 dias de julho sem chuva que enfrentamos em São Paulo, tenho uma teoria: o tempo desequilibrado reflete no comportamento das pessoas, e de repente todo mundo à minha volta parece ligeiramente desorientado. Como no filme (nada convincente, mas anyway) Fim dos Tempos, de Mr. Night Shyamalan, onde o que acontece é que as árvores sofrem desequilíbrio e começam a produzir toxinas que, em contato com os humanos, provocam a perda da consciência, e do sentido de auto-preservação. Psicólogo, ansiedade, tensão, conflitos, borderline, tudo o que você pode imaginar aconteceu em julho passado. Com quase todo mundo que eu tenho contato. Até com os mais sensatos. Tenho que cuidar de mim e ainda tem os problemas dos outros, com os quais também me preocupo. Ou talvez essa teoria eu inventei apenas para querer poder ter o direito de errar, fazer merda e para que todos também tenham esse direito.
Arrebatada pelo acaso, pelos acontecimentos naturais, ainda que sem explicação. Mas pelo menos o segundo domingo de agosto continua sendo dia dos pais. E continua sendo um dia em que a família se reúne para comer muito, falar besteira, e na minha família é dia de ir ao cemitério, que é bonito, um gramado infinito e cheio de flores, e onde há barro para sujar os sapatos, flores de assoprar, e eco no fundo dos condomínios divisa com o cemitério.
Arrebatada pelo acaso, pelos acontecimentos naturais, ainda que sem explicação. Mas pelo menos o segundo domingo de agosto continua sendo dia dos pais. E continua sendo um dia em que a família se reúne para comer muito, falar besteira, e na minha família é dia de ir ao cemitério, que é bonito, um gramado infinito e cheio de flores, e onde há barro para sujar os sapatos, flores de assoprar, e eco no fundo dos condomínios divisa com o cemitério.
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