Daqui a 20 anos...

... eu estarei com 48 anos. Estarei vendo mal de perto, assim como de longe. Terei que afastar os rótulos até onde o braço chega para conseguir ler as calorias e a data de validade do iogurte, ou se tal alimento contém glutamato monossódico. Porque provavelmente estarei com alergia a glutamato monossódico.

Estarei preocupada com os 20 anos seguintes, quando será mais difícil escolher os legumes menos batidos no supermercado, quando a vista ficará ainda pior. E as costas, a coluna cervical? Será que eu ainda terei uma, depois de 30 anos servindo sentada em frente a uma tela de computador?

Será que estou muito enfiada embaixo dos pelos do coelho? Será que preciso viajar ou empurrar a minha vaquinha do barranco?

É melhor começar a sentar direito, ao menos. 

Isso não soou nada motivador, mas enfim, é apenas uma divagação.

Chalupitas

Desejos de comida é algo que eu sinto com frequência.
Tendo morado fora e conhecido a culinária de alguns lugares diferentes, tenho saudades de comidas longínquas, ao alcance do drive-thru, não fosse o oceano. Aí é preciso adaptar.
Às vezes eu preciso encher a minha cozinha de aromas de fora, memórias, saudades de outros tempos.

O tex-mex já estava começando a me perturbar a mente, e juntando a vontade de comer besteira, eis que fiz chalupas para o jantar.

A inspiração, um almoço no Taco Bell em Orlando há um ano e meio atrás:

Chalupas parecem com tacos, mas a massa é mais gordinha, frita, e lembra a de um pastel. Ou seja, é um taco melhorado.

A minha chalupa adaptada:

Usei essa receita mas mudei um pouco. Substituí parte da farinha por fécula de batata, e não fritei em óleo quente pois não sei fritar. Fritei como se fossem panquecas.

Não ficou como o do Taco Bell, como já esperava, mas ficou bem gostoso.  E no fim minha cozinha tinha aquele cheiro de passado e memórias.