27 de fevereiro de 2007

Genial!

Hoje de manhã, como não teve trabalho no trabalho, viajei em sites de design de móveis. E encontrei o móvel perfeito pra mim!

FEEL- de Animi Causa



















Minhas posições favoritas neste sofá maravilhoso: a posição 3 do sofá todo vermelho , e a posição 4 do sofá de três cores .

13 de fevereiro de 2007

Baile de quintal

Quando minha mãe estava no ginásio, seu primeiro namorado foi Serginho. O Serginho e o Flávio eram muito amigos, e o Flávio namorava a Lígia. Lígia agora trabalha comigo, a filha da Marina. Lígia disse se lembrar de Marina, só por nome, mas Marina não se lembra nem um pouco de Lígia. Marina me contou que o Serginho era um menino super bonitinho, parecido com o menino propaganda da laranjada na TV. Tinha os cabelos castanhos claros e os olhos verdes, e todas as meninas da escola o achavam bonitinho. Se conheceram nos intervalos das aulas, já que meninos estudavam de manhã e meninas à tarde. E também se viam nos ensaios da fanfarra, que desfilava em todo dia sete de setembro. Também haviam os bailes de quintal, em que os adultos deixavam as crianças fazerem uma festinha no quintal, e os convidados traziam os refrigerantes e e alguma comidinha. Uma vez foram no antigo cinema Gazetinha assistir "Os Dois Mundos de Charlie" com o pessoal do colégio. Sabe-se lá o que acontecia nesse escurinho do cinema.
Marina e Serginho namoraram apenas algumas semanas. Namorico besta de criança, diz ela. Já Lígia namorou Flávio até o começo da faculdade. Ela me disse que Sérgio, já adulto, se casou com a prima do Flávio, e com ela está até hoje. Sérgio teve dois filhos com a prima do Flávio, e acolheu mais quatro crianças, depois que sua irmã morreu e os deixou órfãos. Se Marina tivesse continuado com Sérgio, ela estaria criando meia dúzia de filhos, e eu não teria nascido. Haveria uma Larissa, ou Melissa talvez, mas essa seria mestiça, e teria 5 irmãos. Talvez não haveria uma filha chamada Cinthia, já que eu, Larissa, aos 4 anos, dei esse nome à minha irmã.

Lígia já tem sete netos, e espera um oitavo pra junho. Marina ainda não tem netos e nem está em vias de ter. Essa história de Serginho e Flávio me fascina, me encanta, e me deixa uma sensação ruim também. Já se passaram mais de 30 anos desde o início dela. Serginho hoje já é Serjão e deve estar gordo e careca. Assim como a vida das pessoas nascidas na década de 50 também pode ter se tornado gorda de cansaço, careca de emoção, ou amargada pela decepção. Ao passo que essas experiências inocentes (ou não) vão ficando pra trás, como vagas lembranças, o presente, ah, o presente é um esforço eterno de não deixar a vida desmoronar. Foi legal ver um sorriso no rosto da minha mãe, sorriso sincero que veio de dentro, ao falar dessa história. Assim como foi legal ver o sorriso de Lígia logo cedo no trabalho, e um bom humor e leveza que nunca antes havia reparado nela.

A cada década em sua vida, ocorrem mudanças no mundo, e na sua pessoa. Cada um tem que fazer escolhas, tem que aceitar ou recusar desafios, tem o tanto de sorte que lhe foi designada, e com tudo isso vai ter que escolher quem vai querer ser, ou então se resignar com quem conseguiu ser. Cada década que se passou significou mudanças da vida destes personagens.

Flávio hoje é investigador de polícia, como no Cold Case. O que será que aconteceu com Serginho? Será que ainda é muito amigo do Flávio? Será que a amizade deles continua tão verdadeira quanto antes?? Nem Marina nem Lígia souberam me dizer.

E se as pessoas que se criaram nas décadas de 60 e 70, em que tudo ainda era sólido, hoje correm o risco de ver a vida desmoronar, imagine os jovens da década de 90 e da atual, que já tem a vida tão fragmentada, vazia de valores, de objetivos concretos? Fico feliz e triste ao pensar nisso.

9 de fevereiro de 2007

"All I know is that I don't know nothing" (já dizia a música do Operation Ivy)

Eu vivo minha vida à custa de muita preocupação. I worry too much and about everything. É a minha paranóia particular. Quanto mais chato é o problema, mais rápido eu quero resolvê-lo, pra acabar logo com ele. Dá o ar tolo de eficiência, de pessoa responsável. Mas ao invés de me sentir livre depois, parece que ao resolver uma coisa, logo encontro outra com a qual me preocupar. E a fila é longa, assim quase nunca deixo de me preocupar. A minha pilha se acumula como uma fila de gente ignorante esperando um funcionário público para atendê-los.
Esse definitivamente é meu maior mal. Afinal, tá cheio de nego por aí que não se preocupa com nada e no fim tem sempre alguém que acaba fazendo a obrigação que era dele, e se ferrando no seu lugar. Dessas pessoas que só fazem o que querem, na hora que querem, eu sempre nutri uma inveja "do bem". Não consigo ser assim desde os, sei lá, 18 anos. A responsabilidade cresce a medida que envelhecemos. E cresce a cada passo que dou nessa cidade desagradável. Um dia de chuva como o de hoje, em que tive que dar voltas pela cracolândia alagada e cheia de lixo faz aflorar essa idéias no meu côco meio ôco. Isso porque às vezes, sem pensar, assumo minha responsabilidade de cidadã nesta sociedade, e quando vejo alguma coisa muito errada nela, sinto um pouco de culpa. Especialmente por pessoas mais humildes e ignorantes do que eu. Essas pessoas que esperam na fila do funcionário público desse sistema falido, imprestável e de fachada.
Será que eu tô ficando louca? Será que eu sou uma chata? Será que eu não estou precisando de férias? Me interno num mosteiro zen-budista do sul que aceite mulheres? Me isolo numa montanha seguindo os rumos de Zaratustra e J.D. Salinger? Desligo o computador e vou assistir um filme de suspense?
Fazer piadas sobre mim mesma até que ajuda...

8 de fevereiro de 2007

Hello Pigs

Depois da gorda marmota, encontrei mais uma notícia pra postar aqui, mais pela foto do que pela notícia:
Tigresa vira babá de porquinhos em zoológico da Tailândia (do IG)
Porquinhos fashion, huh?

2 de fevereiro de 2007

Dia da Marmota

Hoje é o dia da marmota! hahaha, que bosta.... pelo menos ela é gordinha!


Clique na imagem pra entender o porque:

1 de fevereiro de 2007

Mofo de geladeira



Minha inspiração está presa dentro de uma caixa de papelão, esperando um sopro de vida para se desalojar do seu ninho escuro e abafado. Eu não posso fazer nada além de esperar. Não agüento mais esperar. Já bateu quase o récorde, é hora de você voltar.
No dia que eu posso ficar sozinha e à vontade eu não quero ficar sozinha e não me sinto à vontade. Como quando a estação de rádio "desintoniza" bem na sua música preferida. E hoje eu mofei na frente da tevê, adquirindo uma camada verde acinzentada como a do limão que tirei ontem da geladeira.