24 de abril de 2009

Bathroom stall

Hoje eu vi escrito numa porta de banheiro: "Toda mulher chora a perda da inocência". Mas seria mais real dizer que toda mulher chora a perda da coerência.

15 de abril de 2009

The pursuit of happiness 2009

Morar em São Paulo pode ser um saco às vezes. As pessoas estão sempre estressadas e trocando patadas. A rotina da grande cidade nos pressiona de tal forma que nos tornamos pessoas irritadiças e rudes umas com as outras. Hoje, eu troquei atitudes ignorantes duas vezes, uma pela manhã, com uma mulher estúpida que queria passar por cima de mim com sua SUV, e uma pela noite, quando o motorista do ônibus não quis abrir a porta para mim fora do ponto de ônibus, apesar de que o trânsito o obrigava a permanecer ali parado, e depois, andando, eu pude alcançá-lo e entrar no ônibus, batendo o pé. Eu tento não me irritar, mas não consigo. E depois, também é inevitável me sentir resignada com esta sociedade.
Então, descendo a minha rua, comecei a pensar em ações práticas para me tornar mais feliz. E elaborei uma lista particular.

1. Encontrar um novo hobbie para ocupar o tempo livre.
Fotografia, scrapbook, yoga, alguma coisa.

2. Começar a gostar de futebol.
*Por exemplo: neste exato momento, enquanto eu me encontro entediada, o meu pai está na sala todo empolgado assistindo o jogo do Palmeiras X Sport Recife, falando, rindo, sorrindo sozinho. Penso que é uma forma fácil de ser feliz.

3. Encontrar uma nova pessoa.
Because “Happiness is only real when shared”.

4. Morar perto de um Sesc.
Porque quando eu estou dentro de um Sesc me sinto mais cidadã. Sinto que pelo menos um imposto pago está sendo revertido em algo muito bom.

5. Morar em um apartamento com terraço (sacada).
Pode parecer uma small potato, mas eu acredito que realmente faz a diferença na qualidade de vida. Especialmente se você instalar uma rede e poder relaxar ali.

6. E por último um clichêzão: rir mais.
Porque não tem nada melhor que rir, seja do que for.

11 de abril de 2009

La oficina

Minha memória falha diariamente, quando tento lembrar de coisas pontuais, como uma senha de banco, ou o nome da rua onde tenho que ir, mas alguns diálogos aparentemente banais podem perdurar na minha mente por anos e anos. Por exemplo, lembro de uma conversa que tive com a Priscila e outras colegas de faculdade logo no começo do curso de arquitetura. Nós conversávamos sobre ambiente de trabalho. A Priscila disse que gostava da idéia de trabalhar enfurnada dentro de um escritório. Já eu falei que não, que odiava a idéia de passar o dia inteiro dentro de um cubículo. Queria trabalhar viajando, ou na rua, fazendo muitas coisas para não cair na rotina. Essa era a minha cabeça em 2002, cabeça de uma adolescente que nunca tinha trabalhado, além de uma curta experiência numa cadeia de fast-food.

Até hoje, tive 5 empregos fixos e 3 temporários. Levando em conta apenas os fixos, 4 foram empregos-de-escritório. Desses que você entra de manhã e só sai no fim do turno. Desses que você vê o sol apenas no caminho do trabalho e da janela do escritório. Mas, longe do que eu imaginava, eu curto trabalhar em escritório. Ver as mesmas pessoas todos os dias, passar pela fase inicial de estranhamento, achar que nunca irá se acostumar com pessoas tão esquisitas, achar os antigos colegas de trabalho mais legais, e depois de algumas semanas, acostumar-se com os novos colegas. No fim das contas, eu gosto de ter uma rotina de trabalho. Gosto de sair de casa de manhã, enfrentar o trânsito, ver a cidade, pegar o jornal grátis distribuído no semáforo, tomar café da manhã na padaria de vez em quando, escolher um restaurante na hora do almoço. Tudo isso é tão banal, mas tão necessário. O homem não é uma ilha. É preciso sair, ver gente. É preciso aprender a conviver com pessoas, até com as pessoas mais difíceis. Com isso aprendi que quase todo mundo, até os mais insuportáveis, tem um lado bom para mostrar.

Acho que odiaria trabalhar de casa. Acordar, ligar o computador, passar o dia inteiro na companhia de mim mesma. Isso sim seria uma rotina angustiante.
Por um lado, é horrível ter que passar o crachá em cada porta por onde você passa, é horrível ser um número no meio de tantos outros. Mas por outro, não nasci para ter a liberdade de controlar o meu próprio horário. Se tivesse a liberdade de trabalhar em casa, acho que não renderia muito. Me perderia entre a cozinha, a TV na sala e os outros tantos atrativos que apenas o lar oferece.

Meu atual emprego é uma parte em escritório e uma parte rodando alguma cidade de carro. Eu gosto das duas coisas. É bom estar em uma nova cidade, ver outra paisagem, respirar novos ares. Mas ficar no carro o dia inteiro cansa. E é bom voltar ao escritório e sentar o dia inteiro na frente do computador, entretida com o trabalho, com um café na mão e um mouse no outro.

Obs: Falando em crachás, eu consegui guardar todos os que eu já tive nesses empregos. Dá uma coleção bem interessante...
Obs2: Algumas das minhas melhores lembranças de colegas de trabalho são nos almoços com todo mundo. A hora do almoço é um importante momento de sociabilidade, oh yes. Sem falar na pausa para o café-conversa-furada.