28 de junho de 2009

Casa Cor e Burle Marx

Mais do que decoração, mais do que arquitetura, o que eu mais gosto é paisagismo. E mais do que paisagismo, eu gosto de paisagismo em espaços públicos: praças, parques, e até mesmo de calçadas. Um dos livros de não-ficção mais marcantes que eu li é O Jardim de Granito, de Anne Whiston Spirn. A autora leva o verde tão a sério que considera até a graminha que cresce na rachadura da calçada um importante pedaço de natureza. Um pouco exagerada, eu sei, mas me trouxe uma nova visão sobre a importância do verde para a cidade.

A consciência ambiental está na moda, como não deveria deixar de ser neste momento de tantos problemas ambientais. Com isso, o evento Casa Cor deste ano traz o tema da sustentabilidade e tem como homenageado o paisagista Roberto Burle Marx. Anne Spirn e Burle Marx ( e eu ) compartilham da mesma idéia: a natureza faz parte da cidade. Mais do que isso, a natureza faz parte do ser humano. Um pouco de verde pode melhorar muito a nossa qualidade de vida. Traz equilíbrio, concentração, e harmonia. Pelo menos eu sinto isso. Por exemplo, estudo muito melhor perto da natureza do que num ambiente fechado.

Fico feliz de ver que o paisagismo está se destacando em eventos que até então predominava a arquitetura de interiores. Preciso ver essa mostra até o dia 14/07, data de encerramento da mesma.



Este é um dos ambientes da Casa Cor 2009, uma homenagem da paisagista Gica Massiara a Burle Marx. Ela criou o conceito de Arte Viva - utiliza plantas de diversos tipos para criar quadros, criando um jardim vertical, de efeito muito bonito.

Em julho deve estrear uma exposição sobre as obras dele.

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Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história "

Uma poesia que sempre será atual e popular. Você também já fez parte dela. Se não, um dia fará.

3 de junho de 2009

Quero andar de bicicleta no Japão

Tenho assistido muito a programaçao da NHK (canal de notícias japonês) no hospital onde minha avó está internada. O hospital tem grande parte dos pacientes de descendência japonesa, então NHK passa em todos os quartos. Assisto os programas mais diversos. É engraçado ver como as características japonesas refletem na forma de apresentar os programas. Qualquer assunto se torna muito importante, e até um tipo diferente de chá verde é investigado a fundo, e experimentado de todas as formas.Adoro a meticulosidade dos japoneses. Outro dia o assunto era aspargo. Mostravam uma camponesa colhendo o aspargo nas estufas, e também um imenso jardim suspenso sobre uma casa em Tokyo. Depois de colhidos, faziam diversas receitas com os aspargos e davam para os apresentadores experimentarem. "Umai! Oishiii!", eles dizem.
As notícias do dia assisto tudo em japonês. Olho as imagens, leio alguma coisa, mas de maneira geral, não entendo o que dizem. Isso me lembrou da sensação frequente que eu tinha no Japão. Lá eu me sentia analfabeta, ignorante mesmo. É estranho não ler, nem falar a língua do país em que se vive. É o mínimo que não se tem, e que impede de você ser um cidadão de fato.
Mas o frio e o tempo tem me deixado com saudades de lá. Da comida, principalmente. E da organização, da tranquilidade, de andar de bicicleta.

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