22 de março de 2009

Na terra do Boi-tatá...

Cheguei ontem a noite em São Paulo depois de 10 dias na Amazônia e por enquanto só deu tempo de:
- fazer amizade com mais um taxista
- desfazer ½ das malas
- ir para o Espanhol de manhã
- fazer freela a tarde
- ter preguiça de viver a noite.

Manaus foi uma experiência incrível. A cidade é totalmente heterogênea. Nunca vi tanta fábrica na minha vida concentrada em um lugar só (o Distrito Industrial de Manaus), e ao seu redor, favelas e mais favelas. O centro também tem palafitas para todos os lados. Na área próxima ao hotel, prédios de luxo, centro novo, a parte “desenvolvida” da cidade. Ao mesmo tempo, Manaus é uma das cidades mais verdes que eu já conheci. Fiquei feliz de ver tanta mata preservada, bem no meio da cidade.
A melhor sensação da semana foi quando saí do hotel para pegar meu motorista no aeroporto e levei comigo meu mp3. O sol fraco da manhã batendo nas águas do negro rio e iluminando suas margens ao fundo, a brisa, a música, eu, sozinha dirigindo nesse cenário em uma harmonia perfeita. Me senti em casa.


Other than that, comi muito, coisas boas, como farofa, banana grelhada e queijo holandês e coisas horríveis, como Tacacá, Tacacá, e Tacacá. Odiei Tacacá. Além disso, ainda trabalhei feito uma camela, com pessoas ótimas. Meu co-worker holandês/espanhol me divertiu bastante tentando dizer pi-ra-ru-cu. Piraraca, piracuru, piracura, piriruqui...

16 de março de 2009

Amazônia

Nós não nos vestimos da mesma maneira, nós não temos o mesmo sotaque, e definitivamente não gostamos do mesmo tipo de música. Nós, os paulistas e eles, amazonenses. A lista de diferenças não para por aí. O que me faz pensar às vezes que não somos do mesmo país. Para mim o Amazonas sempre pareceu um outro país, tamanha a distância para chegar aqui (3 1/2 horas de avião), e sabe-se lá quantas de carro.
Manus é muito igual, mas muito diferente das outras cidades brasileiras que eu conheço. É tão úmido que as crianças fazem bolhas de sabão, que caem no chão e não estouram, ficam ali coladas no chão. É tão quente que só é possível correr depois que o sol se põe no Rio Negro. Chove tanto que as pessoas marcam os compromissos para "depois da chuva". E se as pessoas estão na rua, e começa a chover, elas não saem correndo para baixo de um teto, simplesmente contunuam suas vidas, sem desespero.Tem tanta água, e para todo lado... Água suja, água limpa, Rio Negro, Solimões, Amazonas, igarapés, encontro das águas.
Aqui tem muitas crianças, muitos descendentes de índios, muitos gringos. Muitas comidas estranhas. Acho que não particularmente gostei muito de nenhuma. E simplesmente odiei a sopa Tacacá. Deu dó ver a cara da garçonete quando recolhei minha cuia de Tacacá quase intacta, mas eu juro que tentei e não consegui tomar. Não tomei, mas tem um sorvete aqui na sorveteria Glacial, na Avenida Ponta Negra, sabor encontro das águas. Super poético, achei.
E ontem fomos fazer um passeio de barco pelo Rio Negro. Passeio espontâneo, o melhor tipo de passeio que há. Chegamos no mercado municipal, perdidos no centro da cidade, demos um tchau para a princesa plebéia da Inglaterra, que passava por ali num comboio de 10 carros de polícia, e logo estávamos fechando um passeio com um guia local, num barquinho bem simples. Ele nos levou ao famoso encontro das águas, depois fomos ver um criadouro de pirarucu, peixe grande da Amazônia, depois para ver vitória-régia, e por fim, para ver bicho-preguiça, anaconda e iagarapé. Achei que iria apenas ver, mas acabei pegando a anaconda na mão, e contornei-a pelo meu pescoço. E o bicho-preguiça me encantou sobremaneira.
Para variar não sei como terminar este post, e está tarde, e ainda tenho que fazer back-up.
Tem mais fotos da viagem no meu flickr (www.flickr.com/photos/larainthesky)...



3 de março de 2009

A Bitolada


Eu ando percebendo um aspecto surpreendente sobre mim mesma. Eu me apego facilmente ao meu trabalho, como qualquer boa workaholic. Se não cuidar, acabo pensando demais no trabalho e nas pessoas do trabalho. Foi assim na prefeitura e está sendo assim agora. Ainda mais num ambiente de trabalho (ainda) novo. Por um lado acho isso bom - significa que eu gosto do que eu faço? significa -, mas por outro corro o risco de virar a chata-bitolada, que respira trabalho e não tem vida fora dele. E eu não quero isso. Então vou começar a me controlar.